Isto da Amamentação, tem muito que se lhe diga...
Eu pessoalmente até há alguns dias, mãe de duas filhas nunca lhe dei grande importância, não sei se porque aquilo me provocava dores sobrehumanas pelas gretas que causava, e depois as crianças deitavam sangue pelos cantos da boca o que realmente me arrepiava, fora o tempo que tal ritual demorava (eternidades), e ainda tinha que sacrificar as coitadas porque eram um pouco preguiçosas e vai de despi-las para terem frio e mamarem (o que pessoalmente acho um horror. Quem é que gosta de comer nu cheio de frio, ninguém calculo!)Já para não falar quando lhes puxava os cabelos atrás das orelhas e outras coisas dentro do género que nenhum de nós gostaria que lhe fizessem. E depois de tanto sacrificio ao fim de dias lá vinha o abençoado biberon que me dava descanso ás maminhas, e a elas era de tal maneira a (porrada no estomâgo)que á 1.ª experiência da milagrosa bisgana lançavam os braços para trás, e caía-lhes a cabeça como que desmaiadas tal era a potência daquilo. E elas deviam pensar: "isto sim, isto é que é vida, corre depressa e aconchega. Qual andar a comer com frio qual quê!" Já para não falar como eu me sentia diminuida na minha condição de mulher, quando toda a gente achava naturalíssimo que eu desse de mamar em frente a qualquer um e em qualquer sítio. E longe de mim ser púdica ou preconceituosa, mas comigo não, eu mostro o que é meu a quem eu quiser e quando quiser, isso de andar por aí de maminhas ao léu não é para mim.
Ainda no outro dia a passear numa superfície comercial, num sitio onde passavam centenas de pessoas, estava descansadamente uma mãezinha orgulhosa, a amamentar o seu rebento, ali em frente aos olhares indiscretos de quem passava, e fazia-o sem pudor nenhum, nem uma fraldinha para tapar e quando pôs a criancinha a arrotar fê-lo no lado oposto a que amamentava e nem se deu ao trabalho de tapar o seio, que quem já amamentou sabe, parecia um dedo indicador apontado á cara de alguém. E cenas destas, a mim, metem-me nojo. O marido lá ao lado estava todo contentinho com a prestação da mulher a amentar o seu mais que tudo, mulher essa que agora para ele não deve ser vista mais do que como mãe ou vaca leiteira. E pergunto eu, onde é que estará a mulher por quem ele se apaixonou? Concerteza nem eles sabem, mas agora isso também não interessa para nada, o importante é fazer crescer a cria.
Pois eu além de mãe sou acima de tudo mulher e por muito que goste das minhas filhas a minha dignidade como mulher está primeiro.
Assim, e apesar de não pôr em causa os benefícios do leite materno, que acredito sinceramente seja muito melhor que qualquer outro, nunca me pesou na conciência o facto de desistir precocemente de amamentar, pois as dores e a evidente falta de leite sempre me empurraram muito depressa para essa decisão.
No entanto,e nunca pensei que me pudesse acontecer, agora á 3.ª filha senti-me realmente frustada por não ter leite para lhe dar, e esforcei-me e sacrifiquei-me ao máximo para não desistir e isso deveu-se sobretudo ao facto de eu ver como ela era mais sossegadinha e feliz nos 1.º quinze dias de vida enquanto só mamava. Ao contrário das irmãs que com mama ou sem ela berravam que se desunhavam com cólicas e nada as sossegava. Quando lhe comecei a dar o suplemento fi-lo realmente contra a minha vontade mas a falta de peso que tinha fez-me ver que os médicos tinham razão. Ainda assim continuei a dar-lhe por mais 15 dias, mas ao fim deste tempo as dores eram mais que muitas e sem querer desistir, comecei a tirar com a bomba, e foi aí que conclui que eu, faço parte dos 2% das mulheres que não têm leite,(conforme um artigo da revista Visão, desta semana, que referia que grande percentagem das mães desiste; que leite fraco não existe, ou é muito ou é pouco; e que apenas 2% das mulheres não têm leite)porque ao fim de uma hora de me esmifrar toda ficavam no biberon uns ridiculo 25/30 ml de leite, quando não eram apenas gotas, e mais, só conseguia tirar estes míseros ml mamada sim mamada não.
Anteontem fomos ao pediatra e ele disse: " Ó mãezinha seque o leite que essa quantidade não aquece nem arrefece o bébé".
Mas mesmo assim continuei a tentar e pensava cá para mim, quanto mais estimular mais sai e juro que tinha a esperança de um dia acordar a jorrar leite.
Ontem fomos á médica de familia que ao contrário do que eu esperava me aconselhou também a secar o leite, pois a mistura dos dois ainda lhe estava a fazer pior do que só biberon. Senti uma tristeza profunda, como nunca imaginei sentir nesta questão, e lá concordei com a Sr.ª Dr.ª, que me passou uns comprimidos para secar as minhas pingas de leite. E apesar de ter mudado de opinião quanto ao amamentar poder fazer as crianças mais calmas e felizes não mudei de modo algum quanto ao método. A Matilde gosta do biberon e só isso já me anima. Desde ontem que não bebe leite materno e os seus intestino começaram a regular, o que já não é mau. Agora venham de lá as contra-indicações dos biberons(sapinhos, soluços, gastroentrites, dentes tortos e afins...) que eu estou cá para as combater.
Quem é que disse que ser mãe é fácil?
1 comentário:
Como eu te entendo!!!!
Do Renato também não tive leite, durante 2 semanas tentei de todas as maneiras e feitio mas não valeu a pena, inclusivé nem tive que tomar nada para secar.
Também senti-me triste porque na altura muita gente criticou-me... porque o leite materno era melhor para o menino e que os leites de lata não têm as mesma defesas que o materno e afins...
Resumindo fiquei com aversão à palavra amamentar... era mau de mais! Não só para mim como para ele! Acho que nunca confessei isso a ninguém e cada vez que pensava que tinha de passar por isso novamente ficava com os cabelos em pé. Até que levei logo os mamilos de silicone para a maternidade e requisitei logo a bomba de tirar leite a uma amiga.
Do Ricardo tive um pouco mais de sorte, tive algum leite e por acaso a coisa correu mais ou menos bem, ele pegou logo na mama e até gostei de amamentar! Não só pelo leite materno ser bom mas acima de tudo é uma chatice andar com biberons e leite de um lado para o outro, não falando no dinheiro que deixo na farmácia no final de cada semana. O episódio que contaste da senhora a amamentar, é lindo! Já presenciei um parecido e é mau demais. E por acaso sempre foi uma coisa que me incomodou, era uma festa cada vez que tinha que amamentar na rua! lol
Foi 1 mês e meio... fiquei com pena de não ter sido mais mas em tudo foi melhor começar a dar o leite de lata tanto para o Renato como para o Ricardo e de todo somos menos mulheres/mães! Vai tudo correr bem com a Matilde! E não fiques triste! :-)
Já agora como é que as manas mais velhas reagiram à chegada da mana mais nova?
Beijos GRANDES
Guria
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