sexta-feira, outubro 12, 2007

Isto da Amamentação...

Isto da Amamentação, tem muito que se lhe diga...
Eu pessoalmente até há alguns dias, mãe de duas filhas nunca lhe dei grande importância, não sei se porque aquilo me provocava dores sobrehumanas pelas gretas que causava, e depois as crianças deitavam sangue pelos cantos da boca o que realmente me arrepiava, fora o tempo que tal ritual demorava (eternidades), e ainda tinha que sacrificar as coitadas porque eram um pouco preguiçosas e vai de despi-las para terem frio e mamarem (o que pessoalmente acho um horror. Quem é que gosta de comer nu cheio de frio, ninguém calculo!)Já para não falar quando lhes puxava os cabelos atrás das orelhas e outras coisas dentro do género que nenhum de nós gostaria que lhe fizessem. E depois de tanto sacrificio ao fim de dias lá vinha o abençoado biberon que me dava descanso ás maminhas, e a elas era de tal maneira a (porrada no estomâgo)que á 1.ª experiência da milagrosa bisgana lançavam os braços para trás, e caía-lhes a cabeça como que desmaiadas tal era a potência daquilo. E elas deviam pensar: "isto sim, isto é que é vida, corre depressa e aconchega. Qual andar a comer com frio qual quê!" Já para não falar como eu me sentia diminuida na minha condição de mulher, quando toda a gente achava naturalíssimo que eu desse de mamar em frente a qualquer um e em qualquer sítio. E longe de mim ser púdica ou preconceituosa, mas comigo não, eu mostro o que é meu a quem eu quiser e quando quiser, isso de andar por aí de maminhas ao léu não é para mim.
Ainda no outro dia a passear numa superfície comercial, num sitio onde passavam centenas de pessoas, estava descansadamente uma mãezinha orgulhosa, a amamentar o seu rebento, ali em frente aos olhares indiscretos de quem passava, e fazia-o sem pudor nenhum, nem uma fraldinha para tapar e quando pôs a criancinha a arrotar fê-lo no lado oposto a que amamentava e nem se deu ao trabalho de tapar o seio, que quem já amamentou sabe, parecia um dedo indicador apontado á cara de alguém. E cenas destas, a mim, metem-me nojo. O marido lá ao lado estava todo contentinho com a prestação da mulher a amentar o seu mais que tudo, mulher essa que agora para ele não deve ser vista mais do que como mãe ou vaca leiteira. E pergunto eu, onde é que estará a mulher por quem ele se apaixonou? Concerteza nem eles sabem, mas agora isso também não interessa para nada, o importante é fazer crescer a cria.
Pois eu além de mãe sou acima de tudo mulher e por muito que goste das minhas filhas a minha dignidade como mulher está primeiro.
Assim, e apesar de não pôr em causa os benefícios do leite materno, que acredito sinceramente seja muito melhor que qualquer outro, nunca me pesou na conciência o facto de desistir precocemente de amamentar, pois as dores e a evidente falta de leite sempre me empurraram muito depressa para essa decisão.
No entanto,e nunca pensei que me pudesse acontecer, agora á 3.ª filha senti-me realmente frustada por não ter leite para lhe dar, e esforcei-me e sacrifiquei-me ao máximo para não desistir e isso deveu-se sobretudo ao facto de eu ver como ela era mais sossegadinha e feliz nos 1.º quinze dias de vida enquanto só mamava. Ao contrário das irmãs que com mama ou sem ela berravam que se desunhavam com cólicas e nada as sossegava. Quando lhe comecei a dar o suplemento fi-lo realmente contra a minha vontade mas a falta de peso que tinha fez-me ver que os médicos tinham razão. Ainda assim continuei a dar-lhe por mais 15 dias, mas ao fim deste tempo as dores eram mais que muitas e sem querer desistir, comecei a tirar com a bomba, e foi aí que conclui que eu, faço parte dos 2% das mulheres que não têm leite,(conforme um artigo da revista Visão, desta semana, que referia que grande percentagem das mães desiste; que leite fraco não existe, ou é muito ou é pouco; e que apenas 2% das mulheres não têm leite)porque ao fim de uma hora de me esmifrar toda ficavam no biberon uns ridiculo 25/30 ml de leite, quando não eram apenas gotas, e mais, só conseguia tirar estes míseros ml mamada sim mamada não.
Anteontem fomos ao pediatra e ele disse: " Ó mãezinha seque o leite que essa quantidade não aquece nem arrefece o bébé".
Mas mesmo assim continuei a tentar e pensava cá para mim, quanto mais estimular mais sai e juro que tinha a esperança de um dia acordar a jorrar leite.
Ontem fomos á médica de familia que ao contrário do que eu esperava me aconselhou também a secar o leite, pois a mistura dos dois ainda lhe estava a fazer pior do que só biberon. Senti uma tristeza profunda, como nunca imaginei sentir nesta questão, e lá concordei com a Sr.ª Dr.ª, que me passou uns comprimidos para secar as minhas pingas de leite. E apesar de ter mudado de opinião quanto ao amamentar poder fazer as crianças mais calmas e felizes não mudei de modo algum quanto ao método. A Matilde gosta do biberon e só isso já me anima. Desde ontem que não bebe leite materno e os seus intestino começaram a regular, o que já não é mau. Agora venham de lá as contra-indicações dos biberons(sapinhos, soluços, gastroentrites, dentes tortos e afins...) que eu estou cá para as combater.
Quem é que disse que ser mãe é fácil?

terça-feira, outubro 09, 2007

Matilde

Matilde - 05.09.07 - 1h15m - 3.700 Kg - 50,5 cm

Momentos para recordar:







(a chegar ao fim...)













(o principio de um longo dia - MBB 04.09.07 / + - 10h00)











(muitas horas depois...

a ficar apertadinho...)














(No limite...)


p.s. Obrigado ao meu pai pelo leque dos chinocas, não sei o que seria de mim sem ele...












(momentos...)








( o momento mais esperado - 05.09.07 - 1h15m)









(miminhos de pai...)


















(e de "tia"...)







O que disseram:

"Essa menina está á minha espera" - (Dr.ª M.ª do Carmo, acerca da matilde ter esperado que ela viesse de férias para nascer)

"Daqui ninguém me arrasta" - (Tia Têre, cada vez que tentáva-mos que fosse para casa e que acompanhou a saga "Matilde" das 7h00 da matina do dia 04 até ás 4h00 do dia 05.)

"Isto é que é um partinho bom e á moda antiga, destes é que eu gosto..." - (Dr.ª M.ª do Carmo)

"Olá Matilde" - (Dr.ª M.ª do Carmo, no momento em que a segurou)

"E tem um vestido e tudo..." - (Dr.ª M.ª do Carmo, sobre a 1.ª roupa que a matilde vestiu)

"Não posso deixá-la 5 min. e tem o bébé sem mim, eu é que era a sua enfermeira" - (Enf.ª Fátima, por a Matilde nascer enquanto se ausentou por um tempo)

" Esta baby é muita bonita" - (opinião da Bárbara sobre a sua mana nova)

"Ela não tem sobrancelhas" - (opinião da Inês sobre a sua, também, mana nova)

"Parece que tem dois meses" - (opinião generalizada devido ao seu tamanho e aspecto, muito limpinha e esperta)

"É o espécie humano mais pequeno que alguma vez vi e agarrei" - (Padrinho Hugo)

Agradecimentos:

Depois de nove meses bem dificeís, por unanimidade eu e a Matilde decidimos agradecer a quem nos aturou todo este tempo.

Por isso desde já agradecemos ao:

respectivamente pai e avô pela sandes de Leitão vinda da IP qualquer coisa... que nos soube que nem ginjas, aos pastéis de nata dos pastorinhos que nos souberam igualmente divinos, ao leque que comprou nos chinocas para nos abanarmos nos momentos dificeís, por todas as vezes que se arrastou connosco para Coimbra, e a todas as outras coisas que não saiamos daqui se as descrevesse uma a uma.

à respectivamente mãe e avó por nos aturar nos dias bons e maus 24h por dia, enquanto estivemos na horizontal, e ainda tratar das manas (o que não é fácil), e por lhe termos arruinado os primeiros dias, semanas e meses de aposentação, e por todo e qualquer stress que lhe causámos (que não foi pouco).

à vizinha alice, que nos acompanhou nas caminhadas às 7h30m da matina e tomava conta de nós quando a nossa tratadora oficial se ausentava, e nos fez uns hamburgers com natas e cogumelos divinais.

à nossa amiga vera (pata) que esteve sempre connosco e até nos levava ao médico ás vezes e também é a mãe da minha amiga da barriga Carolina.

à madrinha e padrinho velhos que também nos aturaram e até lá passámos a Páscoa.

às nossas filhas e manas (Inês e Bárbara) pela paciência e falta de atenção que lhes demos, e pelo miminho e festinhas e por acharem a mãe sempre muito linda.

à nossa amiga Gorete que também nos ajudou, e ainda trouxe uns bolinhos da avó Filipina para comemorar.

ao marido e "dady", não tanto pelo que nos acompanhou na gravidez (que ás vezes enervava a mãe) mas por ao fim de 10 anos e à 3.º filha ter tido tempo e coragem para partilhar connosco o dia do nascimento. Pelo apoio, pelo miminhos, pelas festinhas na cabeça e pelas palavras de consolação, pelos momentos divertidos, pelos golos de água ás escondidas da enfermeira, pelos Km que andámos dentro da maternidade e pelo calipo que não cheguei a comer...

à tia Têre que esteve connosco as últimas 4 ou 5 terças-feiras, que fez connosco muitos km e piscinas maternidade abaixo e maternidade acima, que nos fez rir, foi nossa fotógrafa oficial e graças a nós confaternizou até ás tantas com todas as mães, irmãs, maridos e afins de parturientes que como nós aguardavam a sua vez, e ainda por ter encontrado o carro da avó que foi rebocado pela polícia neste dia.

a todas as outras pessoas que não agradecendo pessoalmente,também estiveram connosco, e sabem que nós não nos esquecemos...