E porque 50 anos, são muito ano, vai de juntar a familia e comemorar o evento como manda a tradição e a sapateta e com tudo a que duas pessoas que literalmente se aturaram, aguentaram e partilharam muito de bom e de mau, durante este infindável tempo merecem.
Então vai que não vai chamaram-me à baila para produzir um filminho sobre estes 50 Anos.
Depois de esperar dias sem fim que o meu primo Tojó conseguisse digitalizar as fotos e enviá-las para cá (porque ele é a vergonha da família em termos de Avanço Tecnológico e como se não bastasse, ainda queria vir do Carregal aqui para entregá-las em mão, nem parece que estamos no séc. XXI em que tudo chega ao outro lado do mundo com apenas um clik).
E não fosse a minha mãe a deitar a mão às fotos e o video só ficava pronto na comemoração dos 51 anos de casório.
Então a três dias da festa lá peguei na pen que continha as fotos para fazer o filme, e quando a abri foi como se estivesse a viajar ao meu antepassado.
Foi uma mistura de sentimentos bucólicos, que nem sei se sei explicá-los, entre o riso, a saudade, o choro...
Os meus tios lindos e jovens pareceriam saídos de um filme da Bonnie & Clyde...
Qual Bonnie & Clyde...
O meu tio, de peitaça à mostra e o cigarrinho ao canto da boca, qual James Dean...
A minha tia, Linda...
Os noivos com o meu pai de menino das alianças ( Oh! prá fatiota dele...)
Foi mesmo como entrar no fundo do baú do sótão esquecido de uma avó...
Encontrei lá tanta, tanta gente, uns que já foram e outros que ainda cá estão e que são eles que vão descrevendo aos mais jovens quem era este e aquele, como que verdadeiros contadores de histórias)
Encontrei a minha avó e a minha tia (sua irmã) quais meninas de alta sociedade, que tiveram uma educação bem abastada para a época, em formatura na sua equipa de basket (imagine-se quem é que acredita que a minha avózita, hoje em dia, cheia de varizes e outras maleitas, há mais de sessenta anos foi jogadora de basket, já para não falar no curso de inglês, etc, etc...).
A minha avó a 2.ª a contar da direita e a minha tia a 2.ª a contar da esquerda...
Encontrei o meu pai, pequenino, pequenino, de mão dadinha com o seu avô do coração (Avô Maia) e esta imagem tanto me faz lembrar a minha Matilde com a adoração que também ela tem pelo seu avô quando pergunta por ele (o mê abô???).
Encontrei o meu pai, pequenino, pequenino, de mão dadinha com o seu avô do coração (Avô Maia) e esta imagem tanto me faz lembrar a minha Matilde com a adoração que também ela tem pelo seu avô quando pergunta por ele (o mê abô???).
O meu pai de mão dada com o avô...
Parti o caco a rir quando o vi numa foto que parecia saído de um filme de Hitchcock...
O meu pai saidinho de um filme do Hitchcock...
Aliás, parti o caco a rir muitas vezes com as fatiotas que eles usavam, como as meias da minha prima Teresinha saídas de alguma Festa dos Tabuleiros e as fatiotas em balão do meu primo Carlos.

No casamento da prima Ninita (acho eu), as lindas meias da teresinha e os ainda mais bonitos sapatos da minha tia Guida (à esquerda) que o meu pai lhe trouxe de Portugal como sendo o último grito da moda e ela acreditou! Coitadinha...
O meu primo Carlos e a sua fatiota em Balão (é que punham os putos a fazer cada figura!)
No fim animei a coisa com "yesterday" dos Beatlles e com "oye como va" dos Santana e o melhor foi ver a cara deles, dos tios e de todos, quando se viram ali de pequenos e jovens, imagino os sentimentos que os terão atropelado.
Ah! Até o tio Viriato (Vivi o noivo) que passou a tarde a resmungar e a dizer que não trocava as alianças, não partia o bolo, etc e tal (aquelas coisas do seu feitio teimoso que todos conhecemos), lá se rendeu, e eu vi, juro que vi uma lagriminha no canto do olho...
E a tia Mindocas, que transpirava alegria por todo o lado e os seus olhos brilhavam mais do que nunca...
Passei o fim de semana a ouvir a minha prima Susy a dizer "aqui sinto-me em casa".
Claro que sentes Susy porque tu estavas em casa. Estas lembranças que eu vos levei em forma de filme fez-vos regressar a casa, e por muito tempo que estejamos separados, quado estamos juntos em minutos anulamos a distância porque são as recordações que contam os velhos e a atenção com que as ouvem os jovens que fazem com que todos se sintam em casa, independentemente do sitio onde estejam...
Por isso é que quando alguém da família se casa e o pessoal começa logo a dizer: Ha! não sei se vou e tal, isto a anda mau, a vida tá cara, etc.... eu respondo sempre com o meu lema: A família só se encontra nos casamentos e nos funerais e entre uns e outros eu prefiro gastar dinheiro e ir aos casamentos...
Toda a gente que me conhece sabe que eu sou uma sentimentalista, com um profundo sentimento de família, que a minha mãe sempre me incutiu, e portanto não há festa de familia que me chamem que eu não vá, afinal alguém tem que ser a herdeira das histórias do passado para as transmitir ao futuro, e nesta família eu não me importo mesmo nada de o ser, mas pessoal se vocês ajudarem a manter a união eu agradecia, ok???
Bem, na verdade, isto não foi um bom fim de semana para cardiacos, com tantas emoções no ar...
Para finalizar, só uns recadinhos:
1- Por favor alguém obrigue o Tojó a fazer um curso de informática...
2- Por favor também, para a próxima alguém obrigue o Tiagão a trazer os cabos do Data Show (é que toda a gente sabe que sem cabos aquilo não funciona, não é)...
3- Tiago não perdoes o Tójo pela tua fotografia de padreco que ele enviou para pôr no video ( ele fez isso mesmo de maligno, aquilo é um tio do Pior...)
4- Tia Minda, eu não me importo de continuar a clicar no filme e nas fotos todas as vezes que forem precisas...
5- Vejam lá quem é que faz anos de casado entretanto, para ver se fazemos outra festarola destas...
6- Parbéns às Mordomas Mãe e Susy e ao cozinheiro avô Arménio (espero por vocês na festa dos meus 35 aninhos, comecem a preparar-se)...